Arquivo para 22 de agosto de 2008

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O vírus HIV: Os adolescentes formam um grupo vulnerável

Nas últimas duas décadas, nenhum outro assunto na área de saúde foi tão discutido, comentado, pesquisado e gerou tanta controvérsia quanto a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, Aids. O vírus HIV, responsável pela doença, foi isolado em 1983, e a Aids foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde três anos depois. E qualquer pessoa que teve acesso a meios de comunicação, sistemas de saúde ou educacionais nessas últimas duas décadas, deve pelo menos ter ouvido falar dessa ainda misteriosa doença.

Apesar de dados do Ministério da Saúde mostrarem uma estabilização do número de infecções, à taxa de 22 mil novos casos por ano, alguns grupos ainda estão bastante vulneráveis à doença. Por exemplo, homens heterossexuais (que fazem sexo apenas com mulheres) formam o único grupo cuja porcentagem cresceu entre os portadores do vírus. A doença que nasceu com o estigma de “moléstia gay” está cada vez mais heterossexual.
  Adolescentes e jovens, entre os 15 e os 25 anos, principalmente as mulheres, formam o grupo mais vulnerável. As estatísticas mundiais mostram que 50% dos portadores do HIV foram infectados nesta época da vida. No Brasil, dos 257.780 casos registrados até dezembro de 2002, 5.597 são adolescentes de 13 a 19 anos, infectados principalmente por relação sexual sem proteção e uso de drogas injetáveis. No entanto, outro dado do Boletim Epidemiológico produzido pelo Ministério da Saúde mostra uma tendência de envelhecimento entre os portadores, que, juntamente à tendência do aumento de casos entre mulheres e heterossexuais, aproxima o perfil do portador da população brasileira média.

Os adolescentes formam um grupo vulnerável pois é nessa faixa etária que as pessoas iniciam a vida sexual. Com pouca experiência, vergonha e acossados por uma sociedade ainda bastante machista, além da rebeldia e sensação de imortalidade típicas da idade, os jovens não tomam as precauções necessárias para evitar o contágio do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis. Um dado especialmente preocupante é o número de meninas infectadas, que cresceu de forma alarmante durante os anos 90, tendo também se estabilizado a partir de 2000.  Para José Ricardo Ayres, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Saúde Pública da USP e especialista em prevenção do HIV, os fatores citados acima são preponderantes para que os jovens não se previnam corretamente. “Já está provado que o comportamento das pessoas diante de doenças nem sempre é racional. E, entre adolescentes, esse problema é mais grave, já que agrega todos os problemas pelos quais a pessoa passa nessa fase da vida. A insegurança, a falta de diálogo com os pais, a pressão para que o menino jamais negue o sexo, ou o preconceito que uma menina que carrega uma camisinha na bolsa pode sofrer… São muitos os fatores que tornam os adolescentes tão vulneráveis à epidemia”, explica ele.

Ayres tem uma frase que resume um dos fatores mais problemáticos para o controle da Aids e outros problemas como a gravidez precoce. “O amor é incompatível com o risco. Ou seja, é muito comum, quando um casal chega a certo nível de um relacionamento, ‘desencanar’ de usar a camisinha, achando-a um empecilho para o amor completo. A colocação da camisinha pode cortar o clima durante uma relação, o menino tem medo de perder a ereção”, afirma o pesquisador.

Quem sentiu esse problema na pele foi Cássia Machado Iogui, auxiliar de serviços gerais da Faculdade de Odontologia de Bauru. Seu filho de 17 anos engravidou a namorada. “Eu sempre orientei meu filho sobre esse assunto, mas também dava a ele liberdade total, desde que assumisse suas responsabilidades. Inclusive conversei com a menina, que, aliás, é a primeira namorada dele, e ela me afirmou que usava pílula anticoncepcional. Só que ela não tomava direito, esquecia um dia… Aí deu no que deu”, afirma.
  Cássia compartilha a visão do médico sobre a dificuldade de diálogo entre os jovens e adultos. “A impressão é que os adolescentes sempre querem fazer o contrário do que os pais falam. Esse lado de rebeldia, e a sensação de que podem tudo, são muito perigosos. Eu não fiquei brava com meu filho, não dei escândalo. Os dois vão continuar morando em casas separadas, mas eu não vou assumir nenhuma responsabilidade que ele vai ter como pai. Ele vai ter que trabalhar e se virar para sustentar a criança”, diz ela.

Maria Cristina da Costa, copeira do Prédio da Administração da FFLCH, tem quatro filhas, sendo duas adolescentes, de 16 e 17 anos. Maria mora na favela do Jaguaré, próximo da USP, o que para ela é fator que contribui para que seja uma mãe rígida.
  “Como eu sou viúva, trabalho o dia inteiro e moro num lugar perigoso, sempre que estou com as meninas eu falo muito sobre sexualidade e drogas. Além disso, sempre fico de olho nas amizades delas”, afirma. A filha mais velha, que trabalha como secretária e está terminando o curso de Secretariado Executivo no Senac, já teve namorado. “Ela me disse que nunca rolou algo mais íntimo entre os dois, mas eu sempre disse que, quando rolasse, eles sempre usassem proteção. Quando eles terminaram, eu a aconselhei muito”, diz Maria.

Para Ayres, que desenvolve diversos projetos em escolas a fim de levar prevenção efetiva aos adolescentes, há saídas para diminuir sensivelmente o problema. “A iniciativa do Ministério da Saúde de distribuir camisinhas para os alunos da rede pública é válida, mas precisa fazer parte de um esforço mais amplo. Os projetos que a gente realiza envolvem teatro, interpretação de textos e o role playing, em que simulamos uma certa situação e vê como o aluno reagiria a ela. A partir das informações que eles nos passam, nós entramos com as bases de nossas pesquisas. É um processo de troca, que mostra ótimos resultados”, completa Ayres.  É fato que o Brasil tem uma política para a Aids considerada boa, principalmente no acesso à medicação e ao acompanhamento dos já infectados. Na área da prevenção, também há diversas iniciativas bem-sucedidas, como a política de “redução de danos”, iniciada com a distribuição de seringas descartáveis, devidamente acompanhadas de explicações sobre o tema e, na medida do possível, do acompanhamento físico e psicológico do usuário. “Essa prática fez despencar os casos de Aids entre usuários de drogas injetáveis e, além disso, foi sensível a melhora de qualidade de vida dessas pessoas, que passaram a cuidar mais de sua saúde. Muitos abandonaram as drogas injetáveis”, afirma Ayres.  A Aids está razoavelmente controlada no Brasil, se olharmos as estatísticas oficiais. Após crescer de maneira alarmante nos anos 90, de cerca de 11 mil novos casos anuais em 91 para 25 mil em 98, o número de novos casos se estabilizou na faixa de 22 mil por ano. No entanto, esse controle conseguiu ser feito à base de muito esforço de centenas de ONGs, centros de pesquisas, universidades e do Ministério e Secretarias da Saúde. Esse trabalho tem que continuar, pois, como pode ser visto nos países africanos assolados pela epidemia, a falta de políticas públicas é o primeiro passo para a proliferação fora de controle do vírus. Vale lembrar também que a Aids ainda não tem cura, e apesar de todas as pesquisas realizadas nesse sentido, ela ainda está muito distante.

Sociedade Viva Cazuza

www.vivacazuza.org.br

ONG de caráter filantrópico destinada a prestar ajuda em várias instâncias ao combate à Aids. Na página é possível conhecer seus projetos e ter informações sobre como ajudar no trabalho da instituição.
 
 
GIV
Grupo de Incentivo à Vida

www.giv.org.br

Grupo de ajuda mútua para pessoas com sorologia positiva ao HIV.

Infoaids

www.imediata.com.br/infoaids

Site com informações sobre medidas preventivas e assistência às pessoas vivendo com HIV/Aids. O conteúdo pode ser todo disponibilizado em CD-ROM, facilitando sua divulgação nas campanhas de prevenção.

Portal da Aids do
Ministério da Saúde

www.aids.gov.br

Notícias, dados do Boletim Epidemológico, informações sobre prevenção e tratamento, medicação e área exclusiva para adolescentes.




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Quem sou eu?
Aspiro com o dia em que não incomodarei as pessoas com minha sinceridade. No dia em que as pessoas não terão medo e nem vergonha de expor sua essência – dizer o que realmente pensam e querem. O fim da hipocrisia, do sujeito oblíquo. Com calma caminho em busca de um futuro melhor, e não espero por coisas fáceis. Sou chata, brega, amiga, leal, fiel, prestativa, distraída, esquecida, impulsiva, falante, extravagante, extrovertida, medrosa, extremamente ansiosa, normalmente curiosa e tolerante, as vezes envergonhada. Mensageira da esperança, da palavra amiga. Admiro quem anda sozinho, mas não consigo. Fico feliz quando vejo um sorriso, quando o sonho se torna realidade mesmo q não seja meu. Satisfeita ao ver um casal de velhinhos em um restaurante, de mãos dadas. Choro quando assisto TV, quando sofro decepção, quando decepciono alguém e por saber que o mal está solto. Mas tranquila e muito feliz por saber que acima de tudo Deus existe, que é Amor, Justo, Fiel, Onipotente e Onipresente. Não tenho a família de meus sonhos, porém tenho força de vontade para criar uma, todos os passos são cuidadosamente analizados e percebo hoje que estou em uma posição muito a frente dos meus sonhos mais simples. Com a Graça de Deus Celestial. E com a certeza que Deus nunca me abandonou! Com a benção Dele, sinto que realizarei e viverei mais que sonhos. Desejo ver meus filhos crescer e que sejam felizes, ter mais filhos e adotar quando possível. Quero uma família grande, unida e repleta de paz e amor. Desejo que as pessoas conheçam a Paz, o Amor e o Poder que somente nosso Deus tem e pode nos dar. Desejo uma casa, no quintal: animais e um pé de jambo. Bem longe do Rio de Janeiro. Mas Deus sabe o que é melhor para mim. Afinal, sou mais que uma vencedora! Fui escolhida em uma corrida de milhões, fui vitoriosa e gerada. Gerei filhos saudáveis e lindos, perfeitos aos olhos de Deus, aos meus olhos... e verdadeiros Presentes Divinos em minha vida.

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